domingo, 31 de outubro de 2010

Bernardo da Fonseca Lobo e Dona Anna de Mascarenhas de Vasconcelos

Bernardo da Fonseca Lobo nasceu no lugar chamado Rio Maior na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, termo da Villa de Santarém, Arcebispado de Lisboa. Era filho legítimo de Antônio Jorge e Domingas Francisca. Sabe-se que tinha pelo menos quatro irmãos, Silvestre da Silva Franco, Patrício Gomes Machado, Maria Nunes Machado e Margarida Nunes Machado. Bernardo era proprietário de terras criar e de lavras de ouro no Serro Frio. No ano de 1723 para o de 1724 ele descobriu diamantes na lavra de Morrinhos dentro de sua propriedade. Apesar de suas várias tentativas de comunicar ao rei de Portugal aquele descobrimento, nisso fora impedido maliciosamente pelo ouvidor e pelo governador de então, ele só conseguira fazê-lo no ano de 1729, depois de uma audiência que tivera com o rei. Em 1733, obteve algumas mercês reais, dentre as quais, a patente de Capitão-mor, o ofício de Tabelião judicial e de notas da comarca do Serro Frio, o Hábito de Cavaleiro de Christo para si, uma tença que recebia também pelo feito, além de dois Hábitos de Christo para aqueles que viessem a se casar com as suas irmãs. Durante o tempo em que morou aqui no Brasil ele residiu em várias partes da comarca do Serro Frio, entre estas, o arraial do Tijuco, hoje Diamantina, na própria sede do município do Serro e na fazenda do Capão ou Baraúna, atualmente Barão de Guaicuí, distrito do município de Gouveia.
No ano de 1740, precisamente em 3 de Julho de 1740, Bernardo casou-se com Dona Anna de Mascarenhas de Vasconcelos, filha legítima do Alferes André de Mascarenhas de Vasconcelos e de sua mulher, Dona Maria de Jesus de Vasconcelos, era natural de São Caetano do Brumado, termo de Mariana, mas vivera com sua família no Serro. A cerimônia ocorreu na igreja Matriz de Nª Senhora da Conceição da Vila do Príncipe. O casal teve, no mínimo, 5 filhos que foram os seguintes: Theotônia Caetana de Mascarenhas, Roberto de Mascarenhas de Vasconcelos Lobo, Firmiana Silvéria de Mascarenhas, Bibiana Jacintha de Mascarenhas e Maria da Purificacão de Mascarenhas e Mancellos que morreu no ano de 1781. Theotônia, a primeira filha, provavelmente nascida no ano de 1741, casou-se com o sargento-mor de milícias, Manuel Fernandes Ribeiro, minerador e proprietário de terras com o qual teve seus três filhos: Manoel Fernandes de Mascarenhas, Anna Silvéria de Mascarenhas e Luíza Maria de Mascarenhas. Bibiana foi casada com Manuel Barbosa de Sousa. Firmiana morreu solteira com mais de oitenta anos e nunca teve filhos. Já Roberto serviu como coronel nas tropas reais, era proprietário de terras e de lavras de diamantes por várias partes da comarca do Serro Frio. Em seu testamento, incluíu suas irmãs e sobrinhos e nomeou Roberto, Libânia e a mãe deles, Anna Maria Plácida, negros forrados, seus herdeiros universais. Ao que parece, os dois foram os primeiros descendentes de Bernardo que foram fruto de miscigenação.

sábado, 30 de outubro de 2010

Sesmaria de Theotônia Caetana de Mascarenhas

Requerimento de Roberto de Mascarenhas de Vasconcellos Lobo de um ofício de Tabelião da Vila do Príncipe ao Rei de Portugal

PERSONALIDADES DA NOSSA FAMÍLIA:

Francisco Pedro Mascarenhas nasceu em Riacho das Varas, hoje Conselheiro Matta, em dezembro de 1889. Era o último dos três filhos de Francisco Xavier Vasco e de Delfina Cândida Mascarenhas. Por ser, também, o único filho homem, o varão, herdara o nome do pai,  mas o sobrenome da mãe, a "Sá Fina", que segundo diziam era muito autoritária. Por ser o caçula e único filho homem gosava de algumas regalias. Sua mãe o chamava de Nhô. Suas irmãs Raymunda Conegundes Mascarenhas e Virgínia Mascarenhas apesar de mais velhas o respeitavam como a um chefe de família depois que seu pai, o velho Chico morreu. Sua mãe, apesar de herdeira de grandes extenções de terra, viu-se com a necessidade de manter um negócio de tropa depois que seu marido morreu e para isso ela lançava mão de alguns serviçais seus, além seus próprios filhos. Segundo alguns, o Nhô era quase sempre poupado pela mãe e a lida com a tropa ficava a cargo de suas irmãs Raymunda e Virgínia.  Mas o Nhô ou Chiquinho do Brejo, como todos o conheciam, possuía uma curiosidade e uma inteligência acima da média e não se contentava em desempenhar apenas uma atividade. Costumava desempenhar várias ao mesmo tempo. Pois foi tropeiro, carpinteiro, marceneiro, farmacêutico e político. Possuía os instrumentos completos de cada uma das atividades que desempenhava. Além disso, recebia sempre hóspedes em sua casa e com sua mulher Dª Maria, tratava a todos, pobres ou ricos sem distinção. Pelo seu ofício de farmacêutico, que aliás era uma espécie de médico prático no Rodeador de então, ele muitas vezes não recebia nada nem pelos seus serviços, nem pela hospedagem do doente. Filho de mãe abastada, levara uma vida remediada e morrera na pobreza, mas por tudo que ele se tornara para as pessoas da região, o seu nome é sempre lembrado com respeito e admiração por aqueles que o conheceram ou ouviram falar dele.