sábado, 30 de outubro de 2010

PERSONALIDADES DA NOSSA FAMÍLIA:

Francisco Pedro Mascarenhas nasceu em Riacho das Varas, hoje Conselheiro Matta, em dezembro de 1889. Era o último dos três filhos de Francisco Xavier Vasco e de Delfina Cândida Mascarenhas. Por ser, também, o único filho homem, o varão, herdara o nome do pai,  mas o sobrenome da mãe, a "Sá Fina", que segundo diziam era muito autoritária. Por ser o caçula e único filho homem gosava de algumas regalias. Sua mãe o chamava de Nhô. Suas irmãs Raymunda Conegundes Mascarenhas e Virgínia Mascarenhas apesar de mais velhas o respeitavam como a um chefe de família depois que seu pai, o velho Chico morreu. Sua mãe, apesar de herdeira de grandes extenções de terra, viu-se com a necessidade de manter um negócio de tropa depois que seu marido morreu e para isso ela lançava mão de alguns serviçais seus, além seus próprios filhos. Segundo alguns, o Nhô era quase sempre poupado pela mãe e a lida com a tropa ficava a cargo de suas irmãs Raymunda e Virgínia.  Mas o Nhô ou Chiquinho do Brejo, como todos o conheciam, possuía uma curiosidade e uma inteligência acima da média e não se contentava em desempenhar apenas uma atividade. Costumava desempenhar várias ao mesmo tempo. Pois foi tropeiro, carpinteiro, marceneiro, farmacêutico e político. Possuía os instrumentos completos de cada uma das atividades que desempenhava. Além disso, recebia sempre hóspedes em sua casa e com sua mulher Dª Maria, tratava a todos, pobres ou ricos sem distinção. Pelo seu ofício de farmacêutico, que aliás era uma espécie de médico prático no Rodeador de então, ele muitas vezes não recebia nada nem pelos seus serviços, nem pela hospedagem do doente. Filho de mãe abastada, levara uma vida remediada e morrera na pobreza, mas por tudo que ele se tornara para as pessoas da região, o seu nome é sempre lembrado com respeito e admiração por aqueles que o conheceram ou ouviram falar dele.

6 comentários:

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  2. Meu Deus, quantas saudades! Fabricio, morei em Rodeador, filho de Zé Dozinha e Conceição. Minha irmã Eunice era amiga de suas tias Neusa, Delfina, Eliana(Neneca), Zezé, Vanda e os demais.Seus avós moravam no Cantinho, um local pitoresco, acolhedor. Seu Avô Ataide era forte, sisudo e dono de um enorme coração. Sua avó Nair era bonita, olhos claros, acho que verdes. Pela manhã eu me encantava ao ver passar pelos trilhos da Central, o trole, comandado pelo seu avô. A última vez que vi o seu avô em Rodeador foi em 1984, já combalido pela doença. Na despedida, quando o abracei e dei-lhe um beijo na testa, àquele homem de ferro chorou. Parabéns a você por nos trazer tantas lembranças. Que linda homenagem a Vanda fez ao pai! Da mesma janela que ela relata, eu vi o seu aceno quando eu já partia. Moro em Araxá, meu coração ficou aí em Rodeador. Lembro também do seu pai, João Fraga, morava em Corinto.Eu era garoto e lembro do início do namoro de seus pais. Valeu campeão! Você é mesmo um Mascarenhas. Um abraço com afeto. Vitor Hugo.

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  3. Fabrício, levado pela emoção e por dever de justiça, comento hoje sobre o nosso querido Chiquinho do Brejo. Era sim um médico praticante, talvez então um mago, capaz de levar um pouco de alento a todos necessitados. Exímio carpinteiro, foi ele quem fez o caixão quando perdi meu irmão em 1961. Não cobrava pelos remédios por ele mesmo manipulados nem mesmo pelas visitas que fazia aos doentes. Gostava de rapé e nunca perdia uma passagem do trem da Central. Sempre ia à estação com seu andar lento, calçando umas sandálias desgastadas. Era inteligente, astuto, atencioso, capaz de ficar horas contando para mim casos e causos da segunda guerra mundial.Eu não entendia muito não, era muito pequeno, tinha medo. Tomei muito remédio dado por ele, o resultado sempre era satisfatório.Teve dois filhos, Eduardo e Carlito. Sempre que eu ia em sua casa, ganhava uma pinha, goiaba ou qualquer outra fruta da época. Meu pai tinha grande admiração por ele, que também era seu padrinho. Acredito que àquele taumaturgo da medicina usava a homeopatia sem no entanto entender onde havia aprendido. Ele era um homem bom. Parabéns a você Fabrício pelos versos maravilhosos sobre Rodeador. Um dia vou lhe conhecer. Abraço, Vitor Hugo.

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    1. Olá, Vitor. Obrigado pelas palavras gentis.

      Quando criança, eu era daqueles que gostava de ficar perto dos mais velhos para ouví-los contar seus casos. Com isso adquiri um certo conhecimento sobre o passado dessas pessoas que você também conheceu. Por falar nisso, já ouvi falarem muito os nomes dos seus pais.
      É um prazer saber que há pessoas que valorizam essas coisas que são tão caras para mim.

      Um abraço.

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